Vieses Inconscientes e a Potência da Diversidade nas Organizações.

Por Que é Tão Importante Quebrar Padrões no Ambiente Corporativo?

É hora de levar um papo reto, não enviesado:

Por que é que conhecer sobre esses vieses inconscientes e trabalhar na superação deles pode ser tão importante, e até revolucionário, no ambiente corporativo?

Você sabia que o nosso cérebro tem trilhas preferenciais que influenciam nosso jeito de pensar, de se comportar e até de perceber o mundo. Essas trilhas são moldadas pelo efeito acumulado das experiências de vida de cada um, da cultura em que está inserido e também pelos mecanismos de adaptação evolutiva do cérebro ao longo de milhões de anos. Esses atalhos cerebrais podem ter sido construídos tanto pela repetição quanto por terem dado certo uma vez, com isso, o cérebro transformou em padrão. O fato é que não enxergamos a realidade como ela é, mas temos um jeito próprio, único, exclusivo, mas também enviesado, de ver o mundo.

Vieses inconscientes

Acredite! Todo mundo tem vieses inconscientes, essas trilhas preferenciais do cérebro, que nos conduzem a comportamentos e pensamentos estereotipados e até preconceituosos. Podem nos levar, por exemplo, a escolher um homem em vez de uma mulher para um posto de liderança simplesmente porque estamos mais acostumados com esse padrão ou a colocar uma pessoa mais parecida com nossa personalidade na equipe ou ainda a rejeitar um candidato porque não gostamos de camisa xadrez. Mas, como esses vieses são inconscientes, não nos damos conta, não conseguimos identificar quais são os nossos. Já parou para pensar quais seriam os seus?

Que viés foi esse? Não é um arraso!

O nosso cérebro age na maioria do tempo de modo automático, baseados nesses padrões preestabelecidos e não temos consciência de que isso acontece. E por que isso pode ser ruim? Os vieses podem nos levar a decisões, atitudes e soluções que nem sempre são as melhores, mas acontecem porque estamos viciados em enxergar ou agir daquela maneira. Mas quando se pensa em vieses inconscientes não se trata de falar apenas sobre raça, idade, gênero. Há vieses que não são tão óbvios e que, justamente por isso, não são questionados, não há reflexão sobre eles. Um sotaque de uma pessoa, uma peça de roupa, uma voz fina, um jeito de sentar, aparência física, uma maneira de passar a mão na cabeça que podem influenciar nossa decisão inconscientemente. E vieses assim podem levar a erros grotescos em seleções, promoções, na construção de times, no desenvolvimento de projetos e tudo isso pode prejudicar fortemente o desempenho de uma organização.

A consciência e o fazer diferente

Ter a consciência de que somos guiados por esses vieses não os extingue, mas pode nos fazer refletir: será mesmo esse o melhor caminho? Qual seria uma solução completamente diferente dessa? Estou levando em conta todas as variáveis e informações sem ser tendencioso? Estou realmente enxergando todas as possibilidades ou tomando um posicionamento enviesado, mais fácil, sem ter que pensar? Por que motivos estou escolhendo essa pessoa, ela é realmente a melhor opção para a vaga? Vale a pena ressaltar, no entanto, que questionar um viés dá trabalho. E exige esforço. É sair da zona de conforto, do modo automático, é ter que pensar, refletir, discutir com outras pessoas, admitir sua limitação, tentar ver através do olhar do outro. Mas questionar um viés também é chave para fazer diferente, para transformar, o que é fundamental no ambiente corporativo atual. É o tão aclamado “pensar fora da caixa”, é ver por outro ângulo, é fomentar a inovação!

Dá pra se livrar dos vieses?

Na verdade, não vem ao caso se livrar deles. Até porque os atalhos cerebrais que proporcionam os vieses são mecanismos para o bom funcionamento do cérebro, para que ele tenha velocidade de ação, para que ele consiga dar conta da imensa gama de coisas que coordena. Mas gerenciar alguns vieses que identificamos como prejudiciais e nos colocar em alerta à existência deles já possibilita compreender que uma “visão de fora” muitas vezes pode ajudar a solucionar um problema nosso para o qual não encontrávamos solução.

A diversidade e a potência corporativa.

Pense só: se cada um de nós, por conta de vieses, tem uma visão de mundo diferente, imagine a potência que essa diferença de olhares não pode gerar na resolução de problemas complexos e na criação de coisas novas. Uma organização hoje não deve apenas ter em conta que cada funcionário é diferente, mas também tirar proveito dessas diferenças, explorando seus talentos, competências e formas de ver o mundo. É enxergar que vieses diferentes podem ser complementares e, sem dúvida, uma grande potência no ambiente corporativo!

Voltando ao nosso papo reto – que agora você já sabe que é sempre enviesado – vale muito a pena educar e treinar pessoas sobre vieses inconscientes nas organizações. Quebrar padrões no ambiente corporativo deve ser trilha preferencial e a consciência sobre os vieses pode ser transformada em potência de inovação!

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